quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O PT VAI REAGIR?

José Dirceu e José Genoino estão na cadeia condenados no caso apelidado de "mensalão". Foram condenados sem uma única prova contra os dois petistas.
A pressão midiática foi grande, o judiciário sucumbiu perante os barões da mídia.
Ok, mas vai ficar por isso mesmo?
Cade a capacidade de mobilização do partido dos trabalhadores? A militância vai aceitar isso numa boa?
Passou da hora do PT, movimentos sociais, CUT, UNE, MST, Blogueiros Progressistas, Mídia Alternativa, Intelectuais, entre outros, irem para as ruas protestar e denunciar essa situação vergonhosa que está acontecendo no Brasil.
O Estado Democrático de Direito foi jogado na lata do lixo! Isso em plena "democracia", ou seria semi democracia? Ou Ditadura do Judiciário? Ditadura do Barbosa? Ditadura Midiática?
Até compreendo a posição de Dilma como Presidente da República, de não enfrentar ou ter um discurso mais forte contra o STF e seu "Mussolini de Toga", pois, como Chefe de Estado ela precisa manter certa distância de outras instituições, caso contrário a mídia é capaz de dizer que a Presidenta quer interfirir no poder judiciário.
Mas e Lula? Será que não chegou a hora dele falar?
Penso que Lula tem capacidade de mobilizar as massas a sairem as ruas para denunciar a barbaridade que está acontecendo em nosso país. Só ele tem esse poder, nenhum outro líder político tem a capacidade do ex metalúrgico.
Seu histórico de sindicalista já diz tudo. Liderou greves durante o regime militar. Enfrentou a Ditadura, foi preso, mas nunca se curvou aos interesses dos poderosos.
Claro que vai aparecer o discurso de que isso poderia contaminar o processo eleitoral em 2014. Seria arriscado para as pretensões petistas no pleito que pode reeleger Dilma para um segundo mandato.
Discordo de quem pensa assim. O mensalão foi usado pelos adversários nas últimas eleições e nem por isso o PT deixou de vencer, muito pelo contrário. Reelegeu Lula em 2006, Dilma em 2010, Haddad 2012, etc...
Cgegou a hora do PT provar que ao lado de Lula, tem capacidade de mobilizar os setores progressistas da sociedade e lutar contra a injustiça que reina no STF e na mídia.
Será que consegue? Tomare!

Seleção do Brasileiro 2013

O campeonato brasileiro de 2013 caminha para o seu final. Já sabemos quem é o campeão, o Cruzeiro.
Um rebaixado já está garantido, o Nautico.
Faltando três rodadas para o término do campeonato já se pode fazer uma previsão e os palpites de quem foram os melhores desse campeonato em 2013.
Abaixo minha seleção do brasileirão 2013:

1 Fabio- Cruzeiro
2Vitor- Goiás
3 Dedé- Cruzeiro
4- Dória- Botafogo
6 Alex Teles- Grêmio
5 Nilto Cruzeiro
8 Elias- Flamengo
10 R. Goulart- Cruzeiro
11 Everton Ribeiro- Cruzeiro
7 Ederson- Atletico- PR
9 Walter- Goiás

Técnico- Marcelo Oliveira- Cruzeiro

Revelação- Marcelo- Atletico PR
Craque do campeonato- Everton Ribeiro- Cruzeiro

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A PIOR ELITE DO MUNDO

Por que tanto ódio contra médicos cubanos?
Por que esse clima arcaico de guerra fria por parte da elite branca e de branco no Brasil?
Por que tanta xenofobia?
Por que tanto fascismo?
Por que tanto nazismo?
Por que tanto hitlerismo?
Mestre Mino Carta tem razão. Temos a pior elite do mundo.
Por isso nunca tivemos uma revolução igual a francesa no Brasil.
Nossa elite é o atraso do Brasil, a vanguarda do atraso.
Enquanto ela manter seus dogmas vai ser difícil várias conquistas que ainda precisamos ter como nação.
Uma elite que pouco se importa com a saúde do povo.
É uma elite egoísta, prepotente, desumana, violenta, arrogante, chega a dar nojo.
Os médicos brasileiros, com algumas exceções, representam o pensamento de nossa elite.
A cena de médicos brasileiros hostilizando os médicos cubanos me deixou desiludido com o Brasil. Mas o problema não é o Brasil. É sua elite rancorosa.
A mesma elite que não aceita bolsa família, cotas, reforma agrária, luz para todos, investimentos no Nordeste...
É a elite que odeia nordestino, pobre, e que não se cansa de reproduzir preconceito.
Posso afirmar hoje sem medo de errar que nossa elite é o câncer do Brasil e precisa ser combatida para o bem do povo brasileiro.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Manifestações ou Golpe?

Sou de esquerda, sempre fui a favor de manifestações populares, pois penso que só com o povo na rua é que a democracia se consolida.
Apesar disso confesso que não me entusiasmo com o que ocorre nas ruas de varias cidades do país nos últimos dias
Estou indo na contramão do que pensa a grande maioria da esquerda, que está achando lindo o "povo" indo para a rua protestar contra o aumento das passagens do transporte público.
Na verdade toda essa manifestação está me preocupando, pois percebo que pessoas de boa fé estão sendo manipulados pelos conservadores, reacionários da nossa velha direita.
Sem dúvida que é justo a manifestação por uma tarifa de transporte mais barata ou até gratuita. Também é correto lutar por um transporte público de qualidade. Quem anda de metrô, trem e ônibus sabe bem o que estou dizendo.
O problema é que a direita está se aproveitando dos protestos para conseguir o que mais quer nos últimos tempos. Voltar ao poder!
No começo das manifestações, a imprensa (mais conhecida como PIG, PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA) era contra os protestos, pois os manifestantes seriam vândalos que apenas queriam a baderna e atrapalhar  o trânsito da cidade. E não me venham falar que foi por causa da violência da polícia contra os jornalistas.
A mesma mídia pedia repressão da polícia contra os manifestantes.
Alckmin atendeu os pedidos dos seus "patrões" e desceu o cassete  em todos. Sobrou até para os jornalistas...
Mas a mudança de tom não se deve apenas a isso, não vamos ser ingênuos .
A direita está aproveitando a onda de protestos para acertar o alvo. O governo federal, mais precisamente a Presidenta Dilma e o PT.
O PIG quer passar a impressão de que o país está a beira do caos, com aumento de transporte, inflação, aumento do tomate, boato do fim do bolsa família, aumento dos juros, queda na popularidade da Presidenta, etc...
A direita se apropriou dos protestos e tenta pautar os manifestantes, que repito, muitos de esquerda e de boa fé, estão ajudando a direita a triunfar.
Extrema esquerda (PSOL, PSTU, PCO) e direita( Folha, Estadão, Globo, Veja), se uniram nos protestos e centram o problema no PT e em Dilma.
Federalizou problemas de cunho local..
Se nas urnas eles não conseguem ganhar, eles vão tentando por outros caminhos. Um golpe disfarçado de legalista.
Haddad está a seis meses no cargo e têm gente que acha que nesse curto espaço de tempo ele têm que resolver todos os problemas que a dupla Serra- Kassab deixou de herança.
Parece que todos os problemas do Brasil só aconteceram depois que o PT chegou ao poder. Quanta hipocrisia!
Tenho uma dúvida. Será que o PSOL e o PSTU iriam pra rua  se derrubassem um governo democraticamente eleito pelo povo a força? Creio que não, pois eles também querem derrubar.
Talvez esses "esquerdistas" (ou seria UDN de esquerda?) tenham saudade dos tempos de FHC, Serra, Kassab, não é isso senhor Plínio de Arruda Sampaio?
E não me venham falar que o Alckmin também está sendo alvo de protestos, pois para a direita o Geraldinho Picolé de Chuchu pode até ser sacrificado, desde que a Dilma vá junto.
O importante para essa gente, o plano maior é o projeto federal. São Paulo eles já dominam faz 20 anos, no Brasil eles perdem já faz dez anos...
É por isso que não me empolgo com esses protestos. A coisa está se desvirtuando. Daqui a pouco vai ter gente infiltrada nas manifestações pedindo impeachment, redução da maioridade penal e outras idiotices da direita.
Movimento apartidário... Nada mais fascista do que ser contra partidos.
Criminalização dos políticos, todos farinha do mesmo saco, etc... Na última vez que esses discursos ecoaram caímos  em uma ditadura militar que durou mais de vinte anos e que têm sequelas na sociedade até hoje, vide  as atitudes da PM.
Enfim, penso que a "esquerda" pode estar dando um tiro no pé. Ou na democracia. Vamos repetir o passado?
Espero que não.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Os Jovens e a crise

Leio no blog do jornalista Paulo Moreira Leite que a crise na Europa é cada dia mais terrível.
Em especial na Grécia e Espanha.
Temos 50% dos jovens espanhois desempregados, enquanto os jovens gregos sem emprego já ultrapassa os 60%.
Essa é a herança do neoliberalismo, a herança do Deus Mercado.
Acabaram com o Estado de Bem Estar Social e deixaram a Europa em uma situação de calamidade social.
Me preocupa de verdade saber que os jovens são provavelmente os mais afetados pela crise do mundo capitalista.
O que vai acontecer com esses jovens sem emprego, sem perspectiva de melhora? Qual serás o futuro deles?
Mais desemprego é mais desigualdade, mais desigualdade é mais criminalidade, mais criminalidade é mais caos social.
No desespero provavelmente muitos vão entrar no mundo das drogas, isso sem dizer dos futuros pequenos traficantes.
E os jovens que estão constituindo família, sem emprego para sustentar a nova família, a nova esposa, o possível filho?
Quantos não vão cair no alcoolismo, não vão chegar em casa e brigar com suas mulheres, até chegar ao ponto da agressão...?
Todos sabemos que as brigas entre casais muitas vezes se da pela condição econômica precária. Isso afeta os relacionamentos, causando danos e marcas que ficam para toda a vida.
Quantos suicídios não teremos?
Quantos vão morrer de fome?
Será que teremos a explosão de programas policialescos nesses países para pedir a redução da maioridade penal?
Será que teremos uma multiplicação de Datenas na Europa?
Desemprego, miséria, falta de perspectiva, abandono do Estado.
Os mais necessitados pagam por uma crise que não foram eles que criaram.
O Estado de Bem Estar Social ainda existe para os banqueiros e a burguesia em geral, mas para os pobres a exclusão, o abandono.
Depois não entendem por que de tanta violência no mundo, tanta barbárie. Para os pobres a repressão, a cadeia, o aparelho repressivo do Estado Burguês.
Para as elites dinheiro, muito dinheiro.
Com crise as idéias fascistas crescem.
Pena de Morte! Fora estrangeiros! Grita a classe média.
Já sabemos no que deu a crise de 1929. Fascismo e Nazismo.
Mas tenho uma ideia. Por que não exportamos o Lula para a Europa?
Exportar o bolsa família, o que acham?
O torneiro mecânico, nordestino, sem diploma universitário poderia dar uma aula aos engravatados de berço de ouro, com olhinhos azuis que se acham os donos do mundo. Talvez sejam mesmo.
Por isso que o mundo está assim.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Mentes colonizadas e de direita!

Colonização europeia, escravidão e ditadura militar são três períodos obscuros da História do Brasil, que deixaram marcas vistas até os dias atuais.
Confesso que fico irritado quando muitas pessoas brasileiras têm o prazer de falar mal do Brasil. Para essas mentes colonizadas tudo que é do Brasil não presta, enquanto tudo que vem da Europa ou dos EUA é lindo e maravilhoso!
Percebo que para essas pessoas não é só  prazeiroso falar mal do Brasil, mas de toda a América Latina. Brasil, Bolívia, Equador, Peru, Chile, etc...é tudo porcaria, menos é claro os EUA e a Europa.
Não estou querendo dizer que o Brasil é uma maravilha ou um paraíso, longe disso, mas não é o inferno que certos cidadãos tentam passar para as pessoas.
Não tenho dúvidas que isso é herança da colonização europeia que tivemos.
Está viva para boa parte de nossa classe média a idéia de colônia e metrópole.
Engraçado que geralmente quem têm esse tipo de pensamento arcaico, ultrapassado, preconceituoso é sempre em sua grande maioria, de direita. Na verdade são os mesmos que dizem que não existe mais essa dicotomia direita e esquerda.
Claro que todos que afirmam que não existe mais direita e esquerda são...De direita!!!
Talvez seja vergonha de dizer que é de direita, que é conservador, reacionário, mas também pode ser gente que não têm nem noção de que é de direita, mas inconscientemente reproduz os seus preconceitos.
São os mesmos que repudiam à política, que afirma que todos os políticos são iguais, todos corruptos, não importa o partido ou a ideologia.
A criminalização da política é a marca dessas pessoas. Já sabemos como terminou uma época em nossa história em que se criminalizou a política no Brasil. Ditadura!
Parece que certos setores da sociedade ainda não aprenderam a lição. Ou fingem que não aprenderam?
São os mesmos que são contra as cotas raciais, que dizem que não existe racismo no Brasil. Quanta inocência... Ou seria ignorância?
São os mesmos que são contra o casamento gay, que são homofóbicos, que adoram fazer piadinhas preconceituosas em relação aos homossexuais.
Enfim, a direita apesar de sofrer varias derrotas eleitorais nos últimos dez anos, continua viva. Com os mesmos dogmas, preconceitos e arrogância de sempre. E colonizada!!!

terça-feira, 7 de maio de 2013

Maioridade Penal

Reproduzo Texto brilhante do meu eterno professor de sociologia Cesar Mangolin.  cesarmangolin.wordpress.com
Cesar Mangolin
A raivosa e conservadora classe média descobriu um novo inimigo – as crianças e adolescentes pobres e que cometem crimes – e uma nova solução para todos os problemas: a redução da maioridade penal.
Sendo teoricamente mais rigoroso, não podemos tratar como “classe social” o que chamamos de classe média. Tendo como elemento unificador apenas a execução de um trabalho não manual, seja ele reprodutivo ou criativo, o mais correto é falar de “setores médios”, visto que tal condição reúne grupos bastante diversificados. A unidade e a determinação teórica de uma classe social a relaciona com a inserção de determinado grupo nas relações sociais de produção. O que determina a burguesia, por exemplo, não é a quantidade de dinheiro e de bens materiais que seus membros podem ter, mas o fato de serem proprietários privados de meios de produção, por explorarem trabalho alheio e por extraírem ou participarem da divisão da mais-valia.
A unidade dos setores médios, tão díspares, tende a se dar no plano ideológico e político (me refiro à prática política). Claro que há momentos de caminhos também diversificados entre suas camadas, mas um anseio e um medo comuns tendem sempre a unificar as camadas médias tradicionais, as baixas camadas médias e a camada média que nasce com a tecnocracia, filhote da entrada no Brasil das multinacionais e do capital monopolista: o anseio é o do aburguesamento; o medo é o da proletarização.
Mais do que qualquer classe fundamental, esse setores médios são os que levam ao extremo a meritocracia e a ideologia do mérito pessoal, assim como fazem a defesa intransigente da escolarização formal como atestadora de méritos, ou instrumento que justifica seus supostos méritos diante da burguesia na busca por colocação nesse comércio de carne humana que chamam de mercado de trabalho. A universalização da educação formal interessa diretamente a esses setores: o mito de que todos têm as mesmas oportunidades por terem acesso à educação é o que serve de base para desqualificar os mais pobres como gente que não se empenhou suficientemente. Na ordem do “merecimento”, portanto, primeiro vêm os que se dedicaram, depois os vagabundos que são pobres porque querem, não porque já eram.
Claro que buscam nas exceções a construção de regras para esta ordem. Não é, de fato, muito difícil achar algum indivíduo que poderia ter, com algum grande esforço, melhorado suas condições de vida. Mais difícil é conseguir pensar que não se trata de indivíduos com vontades ou necessidades, mas de um sistema que gera bolsões de miséria como resultado de sua própria reprodução, portanto algo que não se resolve com vontade. Mais difícil é saber reconhecer que o que, mesmo nesses casos excepcionais, representa um esforço descomunal para os filhos de famílias pobres, para os filhos dos setores médios é apenas  um pequeno esforço comparado a um passeio no parque: é assim que poderíamos qualificar a diferença brutal do que representa a escolarização formal para ambos setores, visto que é pensado e modelado para e pelos setores médios.
Mas enfim, ela vive (a classe média) ideologicamente desses momentos de histeria coletiva que lhe garante unidade: antes de 1964 o inimigo eram os comunistas e a solução a ditadura militar que, é bom lembrar, complicou bastante a vida dessa sua aliada de primeiro momento;  o inimigo já foi a inflação, a migração nordestina, os programas sociais, a corrupção, os impostos  etc. Agora a solução é a redução da maioridade penal.
Já está mais do que demonstrado que os crimes praticados por “menores” (para usar o termo  corrente) somam 5% do total de crimes. Além disso, o crime mais comum, que é o assalto, costuma penalizar mais tempo com reclusão esse jovem do que quando é cometido por um adulto: o jovem costuma ficar, em média,  12 meses internado; o adulto, condenado a cinco anos de prisão, sai da cadeia em dez meses e quando é primário nem chega a ser preso.
Mas esse argumento de quem fica mais ou menos preso leva o debate para o campo da irracionalidade, próprio da classe média.  Nossas prisões jamais foram ambientes nos quais podemos “re-socializar” pessoas.
O que está por detrás disso então?
Na verdade, o que está por trás da questão é a incapacidade da classe média de pensar as relações nas quais vivemos. Seu universo ideológico impede que pense nossas relações como relações de exploração entre classes, como relações que, em proveito e pela lógica da lucratividade, marginalizam milhões de pessoas.
Para que este problema da criminalidade se resolva, de uma vez por todas, devemos atacar a raiz do problema, sua causa diretamente, e não radicalizar na punição dos seus efeitos. Não deixará de haver criminalidade por causa do aumento de penas. Não deixará de haver porque reduzimos os anos para prender alguém. E depois de baixarmos dos 18 aos 16, o que fazer com os de 14 anos? Baixamos novamente? E, depois, como ficam os de 12? O resultado final dessa loucura é colocarmos prisões nas maternidades, para que os que nascem já predispostos ao crime sejam presos imediatamente! Há gente imbecil que anda defendendo que a tendência ao crime vem do berço.
Isso não pode ocorrer, claro. Não pode ocorrer porque é essa massa de miseráveis que deve crescer, aprender as operações básicas da matemática e da língua portuguesa para ser explorada pelo capitalista. Os que não encontrarem colocação, ou não puderem/aceitarem viver com a miséria do salário que recebem, esses que acabam partindo para o crime porque vivem numa sociedade criminosa (porque baseada no roubo desde a raiz) e egocêntrica que lhes dá o exemplo, esses devem ser presos ou mortos. Tanto faz à classe média: ela sorri diante dos grupos de extermínio, da matança de pobres etc.
Resolver o problema na raiz também não pode acontecer para a classe média. O sonho do aburguesamento tem como pressuposto a manutenção dessa ordem. Os bolsões de miséria são o esteio da classe média. Ela apenas quer que o Estado e a polícia coloquem fim nessas ameaças cotidianas. Todos sabem que, por mais miseráveis que sejam os salários e as condições de vida das populações nas periferias das grandes cidades, quase todos os que vivem por ali são trabalhadores, gente que se vira como pode, sem fazer mal a ninguém. Vivem como carneiros, um grande rebanho, do pasto ao curral, do curral ao pasto, aceitando e vivendo sob as piores condições e humilhações.
A classe média precisa que a ordem persista a mesma, pois esta é a condição da sua existência. Por isso não pode avançar para além dos interesses imediatos, para além da tentativa de remediar os efeitos mais danosos da ordem na sua concepção: aqueles que saem do rebanho e acabam por tumultuar sua vidinha besta.
Não defendo a criminalidade, nem a dos que saem do rebanho de forma equivocada e praticam atrocidades, muito menos a do capitalista que vive da exploração dos outros e a da classe média que incentiva massacres. Defendo que nossa luta deve se voltar para atacar as causas, o que torna a solução para esses problemas uma via revolucionária. Sem transformação social não resolvemos esse problema da criminalidade, nem aquele dos que vivem humilhados uma vida de rebanho, esperando pelo céu para viver em paz.
Ouvi de alguém bem inteligente que quando precisamos nos livrar das moscas não basta espantá-las, temos que limpar o local que as atrai.
Para a classe média, por sua própria condição, não podemos limpar a área que atrai as moscas. A classe média vive dessa sujeira toda!
Sua existência exige, portanto, que tudo fique como está. No máximo, seus mais bem intencionados filhos tentarão saídas, dentro da ordem, para limpar um tanto o ambiente das moscas.  Tapear a sujeira, porém, não engana mosca alguma, assim como lançar perfume em merda pode apenas multiplicar seu fedor.
Talvez essa seja a síntese prática da ideologia da classe média: sua prática política consiste em perfumar merda!