quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Direita e Esquerda

Muitas pessoas (sempre de direita) dizem que hoje em dia não existe mais essa dicotomia entre esquerda e direita. Segundo os adeptos dessa tese, todas as correntes políticas seriam iguais, principalmente no Brasil. Os partidos teriam mais ou menos a mesma ideologia e no fim das contas todos partiriam para o centro, tanto a direita como a esquerda.
Isso é uma ideia falsa que infelizmente se tornou um senso comum dentro da nossa sociedade.
Marx já dizia que as ideias dominantes são as ideias da classe dominante. As elites de nosso país é que apregoam o fim da esquerda e da direita, pois isso interessa a burguesia, afinal de contas é necessário manter o status quo e seus privilégios dentro do sistema econômico predominante que no caso é o capitalismo.
A partir do momento que se passa para o povo a ideia de que todos os representantes políticos são iguais, todos farinha do mesmo saco, acaba anestesiando as massas para a luta, para o confronto direto com o sistema vigente.
Portanto quando os representantes da burguesia passam para as outras camadas da sociedade, principalmente para a classe média, que esquerda e direita não existe mais ou que seriam todos iguais, não passa de uma forma de dominação para com o povo menos esclarecido da sociedade. Afinal, por que lutar por mudanças se todos são iguais?
Dentro de uma sociedade dividida em classes, principalmente em países periféricos como o Brasil, sempre haverá esquerda e direita.
Hoje em nosso país os representantes da direita são os grandes conglomerados da comunicação: Globo, Veja, Folha, Estadão, etc. Eles representam o oligopólio da informação, sem dar chances de outros veículos de comunicação de visão progressista aparecerem e não conseguir competir com os grandes barões da mídia.
Essa imprensa de direita é uma grande aliada do mercado financeiro e consequentemente representa também partidos políticos de posições conservadoras como o PSDB, DEM, PPS, partidos esses que se encostam na mídia para terem ainda alguma representatividade.
A esquerda é representada pelos blogueiros progressistas que apareceram nos últimos anos para tentar um contra ponto em relação a mídia tradicional e golpista.
O MST é sem dúvidas o grande movimento popular organizado de esquerda em nosso país, e é por isso muito criticado na imprensa mercadológica que trata os sem terras como os demônios de vermelho.
A esquerda também tem partidos que a representam, como PT, PCdo B, PSOL, PSTU, PCB, que apesar de suas diferenças e táticas antagônicas, são importantes para combater a direita (principalmente se fossem mais unidos, como é a direita).
Portanto essa história de esquerda e direita continua mais viva do que nunca, para desespero dos conservadores.

2 comentários:

Livre Pensamento - Política e Literatura disse...

Boa explanação Diego!

Dá uma olhada no meu Blog:

livreumpensamento.blogspot.com

Fabrício Martins Pinto disse...

De fato a dicotomia entre esquerda e direita continua viva. Mesmo assim, deve-se admitir que os ideais esquerdistas se atenuam no âmbito político. Não me refiro aos esquerdistas políticos da sociedade. Refiro-me aos políticos esquerdistas: não raro, esses reduzem seus ideais e passam a convergi-los para o centrismo.

Acontece que existe uma “força maior”. Há economia pré estabelecida. Há empresários. Há mercado mundial. Há mercado nacional. Há pressão de potências internacionais. Há sociedade burguesa já enraizada. Há burocracia desvirtuada. Há jogo de interesse. Há poderosos. Há influências midiáticas. Todos esses são fatores que acabam limitando ações dos políticos esquerdistas quando efetivamente na máquina do Estado. Ainda que não seja motivo para que diminuam a militância, é notável que partidos de esquerda, como foi e é o caso do PT, ascendem ao poder e assumem uma posição mais social-democrata do que a socialista que divulgam.