quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Dilma na Onu

Reproduzo texto do blog do Paulo Henrique Amorim, conversa afiada:www.conversaafiada.com.br
Redação Conversa Afiada
Dilma na ONU
desanca o neolibelês (*)
Publicado em 22/09/2011

O excelente discurso da Presidenta na ONU – leia a íntegra no Blog do Planalto – conteve uma advertência à China e aos EUA, pela prática da manipulação cambial.

Os EUA reincidiram nesta quarta-feira na manipulação, através do Banco (inútil e) Central, que voltou a derramar dólares (US$ 400 bi) no mercado para desvalorizar o dólar e fortalecer as exportações.

O Brasil já reagiu a isso no passado e Dilma na ONU avisou que vai continuar a reagir.

A China manipula, porque seu cambio não é flexível, como recomenda a Dilma na ONU, e mantém proximidade quase-fixa com o dólar.

Para onde o dólar americano for, a China vai atrás e entope o mercado americano de produtos chineses (em boa parte, de fábricas americanas na China).

Além disso, é importante ressaltar os pontos do discurso da Presidenta que ferem no peito os pensadores do Neolibelês (*) brasileiro, onde se destaca a Urubóloga.

Especialmente aqueles da elite que procuram ver em cada ato da Presidenta uma divergência com aquele a quem dedica ódio em caráter prioritário: o nordestino metalúrgico, mais esperto que a elite toda reunida no Fasano.

Vamos à fuzilaria da Presidenta contra o Neolibelês (*), na versão imparcialíssima deste ansioso blogueiro:

- ajuste fiscal não basta: tem que fortalecer a demanda e fomentar o crescimento;

- o Tea Party americano não concorda, porque sobrepõe o interesse partidário ao do povo americano;

- não se sai dessa crise com teorias defasadas, de um mundo velho (o Neolibelês);

- enquanto os bancos centrais americanos europeus seguem o Neolibelês e o Estado se afasta da cena econômica, o desemprego explode: 44 milhões de desempregados na Europa; 14 milhões nos EUA; e 205 milhões no mundo;

- no Brasil, como se sabe e a Presidenta reforçou na ONU, a situação é, na prática, de pleno emprego;

- a solução do problema da dívida dos EUA e da Europa é crescimento – as políticas fiscais e monetárias tem que dialogar; não pode ser um monólogo de monetaristas;

- a questão mais urgente hoje entre os países ricos é a dívida soberana;

- países superavitários – como o Brasil – têm que reforçar a demanda interna e reagir à manipulação cambial;

- o Brasil mantém rigoroso controle de gastos do Governo a ponto de gerar vultoso superávit nas contas publicas, o que vai permitir continuar a investir em programas sociais, como o Bolsa Família, e em programas, como o PAC , que garantem o investimento e o crescimento.

E, para concluir, sob ovação, ela disse:

“Como mulher que sofreu tortura no cárcere, sei como são importantes os valores da democracia, da justiça, dos direitos humanos e da liberdade.”

Ah, que Deus se apiede dos Neolibelês (*).

A Teologia Neolibelês tem hoje fundamentos tão sólidos quanto a economia da Grécia.


Paulo Henrique Amorim


(*) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

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